junho 12, 2018 | Comments Closed |
Segundo Serafim (2011), para as organizações, a inovação é o objetivo final de qualquer processo, entretanto, existem dois outros fatores importantes a serem considerados: criatividade e invenção. Se fôssemos fazer uma analogia com um conto ou uma história, esses fatores estruturar-se-iam por: começo, meio e fim, que seriam: criatividade, invenção e inovação. Segundo o autor, é o poder criativo que dá início ao processo de inovação; mas veja: a inovação é o estágio final, primeiro, surge uma ideia, que se colocada no papel, depois, deixa de ser ideia e passa a se chamar invenção e esta só poderá ser chamada de inovação se for utilizada, caso contrário, não será considerada inovação.
A criatividade vem sendo cada vez mais estudada e pesquisada. Como reflexo das necessidades da era de gestão da informação e comunicação, ser um profissional criativo e flexível se tornou descritivo potencial na carreira. Mas cada indivíduo tem uma capacidade ou uma facilidade desenvolvida a partir de suas aptidões. É impossível ser bom e criativo em tudo. Por isso, é importante conhecer a fundo as necessidades e os objetivos da organização, para que seja possível escolher o profissional adequado para cada setor, cada objetivo e cada fase da organização. Gardner, psicólogo norte-americano, ficou conhecido por sua teoria das múltiplas inteligências:
…existem evidências persuasivas para a existência de diversas competências intelectuais humana relativamente autônomas (…). A exata natureza e extensão de cada ‘estrutura’ individual não é até o momento satisfatoriamente determinada, nem o número preciso de inteligências foi estabelecido. Parece-me, porém, estar cada vez mais difícil negar a convicção de que há pelo menos algumas inteligências, que estas são relativamente independentes umas das outras e que podem ser modeladas e combinadas numa multiplicidade de maneiras adaptativas por indivíduos e culturas. (GARDNER, 1994, p. 7).
Os estudos de Gardner apontaram sete inteligências:
1) inteligência linguística;
2) inteligência interpessoal;
3) inteligência intrapessoal;
4) inteligência lógico-matemática;
5) inteligência musical;
6) inteligência espacial;
7) inteligência corporal sinestésica.
Cada uma delas tem suas particularidades, mas, basicamente, o autor defende que as inteligências mapeadas acabam justificando talentos e facilidades na personalidade dos indivíduos. A definição das Múltiplas inteligências justificaria, por exemplo, talentos como Leonardo da Vinci, na área da pintura; Montserrat Caballe, na área da música; Oscar Niemeyer, na área da arquitetura e assim por diante.
A teoria de Gardner influenciou (e muito) um setor estratégico da organização: a gestão de pessoas para criatividade, invenção e inovação.
As descobertas por mapeamento e pesquisas dar-se-á em três níveis:
– A Competência indica aptidão, conhecimento ou capacidade em alguma área específica. A palavra “competência” está associada à qualidade de quem é capaz de apreciar e resolver determinado assunto ou realizar determinada tarefa.
– A Habilidade indica a qualidade de uma pessoa hábil, que revela capacidade para fazer alguma coisa. O conceito de habilidade está intimamente relacionado com a aptidão para cumprir uma tarefa específica com um determinado nível de destreza.
– Os Dons são virtudes e faculdades, é qualidade inata, natural, aptidão, é o talento, ex: “tem o dom da pintura”. Os três níveis são necessários, mas descobrir os dons esta a grande descoberta para a organização e aumentará a força da equipe para criar, inovar e inventar.
Tópico fundamental de atenção dentro da gestão de pessoas é a gestão de talentos.
Segundo Tarique e Schuler (2010), gestão de talentos é fazer uso sistemático das estratégias de gestão de pessoas devidamente dispostas a partir das diretrizes da organização, com o objetivo de atrair, desenvolver e reter colaboradores de alta capacidade.
Collins e Mellahi (2009), completam que a gestão de talentos é fator decisório para o sucesso da gestão estratégica de pessoas. A gestão de talentos devidamente articulada e potencializada contribui para a manutenção de competências e elevado potencial de alta performance, assim como para a sustentabilidade e a vantagem competitiva organizacional.
Sustentabilidade e vantagem competitiva? Isso mesmo! Quem faz a diferença no negócio são as pessoas, quem cria, inventa e inova também são as pessoas, logo, podemos entender que valorizar, potencializar e saber desenvolver as pessoas dentro da organização é premissa essencial para a inovação, os modelos de negócio.
Saber escolher o profissional certo para a função certa é um grande desafio, mas é algo que precisa ser encarado, pois a estratégia de negócio começa na escolha dos profissionais que serão responsáveis por desenvolver e manter a sustentabilidade da organização no mercado.
Bom trabalho e grande abraço.